segunda-feira, 15 de abril de 2013
Live 'n' Louder: Público pequeno para ótimos shows
Quase sete anos após a realização de sua última edição, o Live ‘N’ Louder Rock Fest voltou a acontecer no último domingo, 14 de abril, em São Paulo, no Espaço das Américas. A casa, com capacidade para aproximadamente 8000 pessoas, teve no evento um público bem abaixo do esperado, ocupando apenas cerca de um terço do local.
Por volta das 17h30 o festival teve início, com a apresentação da banda norte-americana de Southern Rock Molly Hatchet. O sexteto, formado na Flórida em 1975, e que se apresentava pela primeira vez em nosso País, tratou de aquecer o pequeno público presente com vários clássicos de sua carreira, como “Whiskey Man”, “The Creeper”, “Jukin’ City” e “Flirtin’ With Disaster”. A faixa “Justice”, lançada em 2010, foi dedicada ao falecido vocalista Ronnie James Dio. Destaque ainda para o guitarrista Bobby Ingram, que agitou muito e brincou o tempo todo com o público durante o show.
A próxima atração seria a banda alemã de Thrash Metal Sodom. O experiente trio, que já havia se apresentado na cidade no ano passado, e era a banda mais pesada do festival, fez os ‘bangers’ presentes agitarem muito durante sua curta apresentação, ao som de faixas como “The Vice of Killing”, “Outbreak of Evil”, “Burst Command ‘til War”, “Agent Orange” e “Blasphemer”, além de sua já tradicional cover para “Surfin’ Bird”, música do grupo The Trashmen que ficou muito famosa por ter sido gravada pelos Ramones.
Dando prosseguimento ao festival, vieram os japoneses do Loudness. O grupo, formado em Osaka em 1980 pelo grande guitarrista Akira Takasaki, também se apresentava pela primeira vez em nosso País, mas por pouco isso quase não aconteceu. O vocalista do grupo, Minoru Niihara, não pôde vir ao país devido a outros compromissos, e para ocupar o seu lugar nesse show foi chamado o vocalista americano Mike Vescera, que já havia integrado o grupo de 1989 a 1991.
Mas devido a uma forte nevasca ocorrida nos EUA, não foi possível que o mesmo conseguisse embarcar para o nosso País, o que obrigou os japoneses a chamarem às pressas o vocalista Iuri Sanson, da banda brasileira Hibria, conhecido do grupo de suas turnês pelo Japão. E apesar dos contratempos, eles não fizeram feio. Ao som de clássicos como “Crazy Nights”, “Soldier of Fortune”, “So Lonely” e “Suvivor”, a banda deu conta do recado e fez uma boa apresentação, com destaque para o já citado guitarrista Akira, um verdadeiro monstro nas seis cordas e criador de grandes riffs.
Na sequência, vieram os americanos do Metal Church, mais uma banda que “debutava” por aqui. Formado em 1980 na Califórnia, o grupo fez um set bem curto porém bastante eficiente, calcado basicamente nos três primeiros trabalhos, lançados nos anos 80.
Com um público bem animado e dando a impressão de ser o show que conseguiu arrastar mais gente para perto do palco até aquele momento, o quinteto fez a galera “bangear” bastante desde o começo da apresentação com “Ton of Bricks”, passando por “Start the Fire”, “Fake Healer” e “Gods of Wrath”, chegando ao ápice da empolgação com a clássica “Badlands”. Fechando muito bem, tocaram ainda “Watch the Children Play” e a faixa que dá nome ao grupo, Metal Church, para então saírem bastante aplaudidos e ovacionados do palco.
Única banda brasileira presente no cast do Festival, o Angra veio a seguir. E para um público relativamente pequeno e já um pouco irritado com o atraso, deu início à sua apresentação.
O grupo, que atualmente se encontra sem vocalista, teve como convidado especial para este show o experiente italiano Fabio Lione (Rhapsody of Fire, Vision Divine), e o mesmo cumpriu bem o seu papel. Show com destaques para a abertura, com a pesada “Nothing To Say”, a execução de “Silence and Distance” e “Gentle Change”, músicas que a banda não costuma tocar muita frequência. O fechamento do show aconteceu com as bem conhecidas “Rebirth” e “Nova Era”.
Depois de mais um considerável intervalo, por volta das 23h50, apenas quem estava de carro ou era realmente muito fã, pode finalmente conferir o mais aguardado show da noite, a cargo da grande banda americana Twisted Sister. O grupo, formado em 1972 pelo guitarrista Jay Jay French, e liderado pelo folclórico vocalista Dee Snider, se apresentava então na cidade pela terceira vez, depois de duas grandes noites no finado Via Funchal nos anos de 2009 e 2010.
Desde a abertura, com “You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll”, quem ainda estava presente não parou de cantar e agitar um só minuto ao som dos diversos clássicos da carreira do conjunto, como “Stay Hungry”, “We’re Not Gonna Take It”, “We’re Gonna Make It”, “The Price”, “Burn In Hell” e “I Wanna Rock”. Já perto da 1h da manhã, a banda encerrou a apresentação com “S.M.F.”, e rapidamente se despediu agradecendo a presença de todos que ficaram até aquela hora para vê-los.
No geral, independente de alguns problemas de organização e horários e do pequeno público, quem foi ao Espaço das Américas pôde aproveitar bem e curtir ótimos shows de diferentes estilos dentro do rock/metal, e esse público certamente torcerá para que ocorram outras edições do festival, mesmo que esporadicamente, já que a cidade de São Paulo se encontra “orfã” de festivais do gênero desde a extinção do próprio Live ‘N’ Louder e do Monsters of Rock, no final do anos 90.
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