sábado, 2 de maio de 2015

COLETIVA MONSTERS OF ROCK – ÚLTIMO VOLUME & MIDIORAMA

Matéria por: Yasmin Aguiar Amaral
Fotos por: Patrícia Laroca

Há 10 minutos do horário da coletiva tinha acabado de sair da estação do metrô, corri em disparada por dois quarteirões e avistei o Hotel Renaissance, tentei ganhar fôlego e não parecer tão ansiosa. Enquanto atravessava a primeira porta de entrada fui barrada por um segurança, que questionou para onde eu estava indo, após informá-lo da minha intenção, ele me indicou que a coletiva seria em outro portão. Dessa vez, consegui chegar sem impedimentos na fila da imprensa, a qual estava repleta de fotógrafos, me aliviei por não ser a única atrasada.

Entramos na pequena sala da coletiva pelos fundos, onde me deparei com mais fotógrafos, desta vez, amigos conhecidos, as cadeiras à frente deles estavam quase totalmente ocupadas de jornalistas, sedentos por perguntas, com seus celulares e gravadores, parecia não haver lugar para mim, por um milagre sinalizei uma cadeira, que estava bem na primeira fila ao lado de grandes colegas de imprensa com quem pude dividir toda minha ansiedade pré coletiva. Com uma pequena mensagem passada pela assessoria fomos avisados que a primeira banda a ser posta na mira dos holofotes seria o Primal Fear, do líder Mat Sinner, que entrou com toda sua compostura e se sentou ao lado de Ralf Scheepers. Houveram muitos aplausos, e clicks de fotos, enquanto se sentavam na nossa frente, em uma bancada.


As primeiras perguntas estavam tímidas, eram principalmente direcionadas ao baterista brasileiro Aquiles Priester, o qual foi muito simpático e também redirecionou algumas em inglês para que os outros membros da banda pudessem interagir. Ralf se disse lisongiado em estar no Brasil e também expressou a animação com relação ao show no Monsters Of Rock, Aquiles acrescentou que um dia antes eles estavam tão empolgados que tocaram o setlist inteiro para atingir o melhor da técnica e performance, que veríamos no sábado do festival. O baterista também foi questionado sobre como conciliaria suas outras bandas com o Primal Fear, e sua resposta foi: "Ainda não sei. Eu vivo de música, então a banda que me der mais trabalho é a que eu vou dar prioridade". Antes da finalização das perguntas, Scheepers disse gostar muito de "caipirinha" e soltou um "Aí, se eu te pego!", com muito bom humor fez todos rirem.



Assim que o Primal Fear deixou a bancada começaram os palpites. "Qual seria a próxima banda?" Meu palpite foi certeiro, "a próxima banda é o Judas Priest" - disse a assessoria - aplausos, fotos, gritos, quase um ataque cardíaco, não faltaram. Todos tinham trazido perguntas para a lendária banda, e as respostas foram dadas majoritariamente por Rob Halford. Eles confirmaram que fariam exatamente o mesmo show nos dois dias de Monsters Of Rock e que se sentiram honrados pelo convite de tocar nos dois dias do festival - "É a melhor vida do mundo!", afirmam.


 Como representante do Último Volume, levantei a mão insistentemente, esperei longos minutos até que pudesse pegar o microfone e perguntar à Halford sobre como ele via a luta LGBT dentro do heavy metal, ele nos respondeu "Eu gosto de deixar isso separado da minha vida no Judas Priest, às vezes se manter em silêncio é mais importante do que parecer extravagante, o que não quer dizer que eu não fique bravo com o que acontece na América Latina, mas prefiro deixar isso para outra ocasião". A última pergunta foi sobre como Rob faz sua preparação vocal, o líder respondeu que não há nenhum ritual em especial, então Scott Travis defendeu "Ele é o Metal God, vocês têm que entender isso". E a coletiva terminou com muitos mais aplausos do que começou.



Após alguns minutos recebemos o De La Tierra, banda do guitarrista Andreas Kisser, o qual não compareceu, apenas os dois argentinos Flavio Cianciarulo (vulgo Sr. Flavio, baixista) e Andrés Giménez (vocalista e guitarrista) foram representantes, os outros membros tiveram problemas e não conseguiram comparecer na coletiva. Essa entrevista foi bem espontânea, as perguntas foram feitas na maioria em espanhol, e algumas outras em português, o que deixou muitos jornalistas mais à vontade. Ambos conversaram sobre a expectativa de estar no Monsters, e no Brasil, e também sobre a característica peculiar, que é escrever letras em espanhol, já que muitas bandas da América Latina optam por aderir o inglês. "É o que há mais próximo de nós, somos dois argentinos, um mexicano e um brasileiro, chegamos a falar portunhol" afirmaram.


Ainda na coletiva com os latinos, podia-se ouvir barulhos vindos do outro lado da parede, e uma risada alta, os organizadores encerraram as perguntas para que estendêssemos o tapete vermelho para o Madman, Ozzy Osbourne - e banda. Com um "susto" essa figura carismática nos recebeu, foram as palmas mais altas do dia e tinham de ser para esse ícone do Heavy Metal. Todos já estavam avisados de que o líder estava com dificuldades na audição, dessa forma todos os jornalistas tentaram expressar suas dúvidas em inglês, devagar e alto, para que fosse compreensível. O clima foi extremamente agradável, apesar de curto e objetivo, não deixou de lado o bom humor a cada resposta. A polêmica dos The Beatles voltou, Ozzy afirmou: "Eu queria ser um beatle quando criança". Quando perguntado sobre sua relação com Deus expressou um simples "Ah! Ele é um grande amigo meu!", assim como Justin Bieber ao que ele respondeu: "Legal, somos amigos".




O Último Volume perguntou à Ozzy se havia a possibilidade de vê-lo tocando algumas músicas do "lado b" de seus álbuns, pois muitos fãs fiéis sempre estão fazendo este questionamento em redes sociais e então ele disse: "Não!" e riu, em um efeito dominó todos riram junto.




A última pergunta da coletiva, com certeza, foi a mais inusitada. Duas jornalistas loiras, que estavam também na primeira fileira, perguntaram como Ozzy se mantinha, mesmo depois de tantos anos, com sua performance "sexy" em cima do palco, então o Madman respondeu "Venha para meu quarto esta noite, que eu te mostrarei o que é ser sexy!", finalizando a coletiva com aplausos e inclusive tirou fotos com as jornalistas e se expôs aos flashs para a aparição final.


Todos saíram muito contentes com a produção da coletiva feita pela Midiorama, créditos à Simone e toda a equipe que nos recepcionou no Hotel. Na saída algumas pessoas conseguiram até mesmo tirar fotos com membros do Judas Priest, Accept (que não participou da coletiva, mas atendeu muito bem aos fãs que os reconheceram), porém não vimos nem a sombra de Ozzy. Espero que oportunidades como essa não faltem. 

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