sexta-feira, 3 de maio de 2013
O estilo de Jeff Hanneman: uma homenagem!
Com bermuda de surfista e óculos espelhados, o californiano ajudou a moldar o heavy metal.
O Slayer é sinônimo de música pesada globalmente, mesmo entre aqueles que não ouvem e não conhecem metal. Quando alguém quer dar o exemplo de um som realmente agressivo, geralmente diz o nome do grupo. E essa fama não veio por acaso. Desde o início dos anos 1980, os americanos foram moldando um estilo que ficaria conhecido como thrash metal.
O curioso é que o Slayer tem uma identidade tão própria, uma maneira tão peculiar de compor e de gravar seus discos (aí entra Rick Rubin), que ninguém consegue copiar. Hoje, mesmo com inúmeras bandas tocando mais rápido, com afinação mais baixa e gritando mais, Tom Araya e sua trupe ainda são, no fim das contas, mais pesados. Mais densos.
Além das viradas com muita caixa do baterista Dave Lombardo e da voz de Araya, o que diferencia o Slayer são as guitarras de Kerry King e Jeff Hanneman. Disco após disco, a dupla deixava todos extasiados com riffs memoráveis, temas macabros tocados em dueto e solos cheios de alavanca e bends sem a menor preocupação em soar técnico ou estético, apenas matador. O trabalho da dupla sempre foi, ao mesmo tempo, simples, criativo e extremamente eficiente.
E é verdade que de uns tempos para cá o Slayer já não estava lá muito bem, muito menos seus integrantes. Desentendimentos a parte, que recentemente causaram novamente a expulsão de Dave Lombardo, a maior preocupação era mesmo com a saúde de Jeff Hanneman.
Picado no braço por uma aranha em 2011, o músico contraiu uma séria infecção e, desde então, passou a travar uma árdua batalha para se recuperar. Infelizmente, Hanneman morreu no último dia 02 por insuficiência hepática. Seu fígado simplesmente não aguentou.
A importância de Hanneman para o metal é enorme, pois ele era parte fundamental da força do Slayer. Falar sobre isso é ser óbvio e fica impossível fugir dos clichês. O que mais me chama atenção, no entanto, é que ele manteve um estilo de tocar sem invencionices, mas sempre surpreendendo, ao longo de mais de trinta anos. Além disso, era dono de uma personalidade impagável.
Californiano, Hanneman nunca ligou para como deveria se vestir ou parecer. Kerry King, por exemplo, sempre usou guitarras pontudas, investiu nos braceletes com pregos espetados, tatuagens e barba comprida. Tudo para ficar mais malvado. Já Hanneman até entrou na onda no começo da banda, mas logo passou a ser visto em sessões de fotos, e até mesmo nos shows, com bermuda de surfista de cores berrantes e óculos escuros espelhados. Além, é claro, de sua vasta cabeleira loira. Até mesmo suas guitarras eram bastante normais e tinham toques de humor.
As mais antigas eram pretas, de modelos tradicionais, cheias adesivos brancos que homenageavam especialmente a banda punk Dead Kennedys e o time de futebol americano Los Angeles Raiders. Outro instrumento famoso era o que tinha um grande rótulo da cerveja Heineken, mas no lugar do nome da marca se lia Hanneman. Uma das mais sóbrias, e recentes, era a belíssima ESP camuflada no estilo ‘urban camo’.
Com a morte de Hanneman, o futuro do Slayer se torna ainda mais incerto. Mas isso não importa mais. O músico deixou seu nome na história do metal e vai continuar influenciando guitarristas por muitas gerações
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